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DENGUE

Conheça um pouco mais sobre a dengue para se prevenir nesse Carnaval

Para reforçar os cuidados e evitar a quantidade de casos, é importante saber:

Publicado em 20/02/2020 às 05:28
Atualizado em

Mosquito Aedes aegypti é transmissor da dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela (Foto: Pixabay/Divulgação)

O que é a doença? 

  • A dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus, que são os vírus transmitidos por mosquitos. O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. 

Quem pode pegar dengue?

  • Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença. Porém, segundo o Ministério da Saúde, as pessoas mais idosas têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte, assim como também as gestantes e crianças menores. 
  • O risco de gravidade e morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, especialmente as que não estiverem bem compensadas de suas doenças.

Como saber que está com dengue?

  • A dengue pode se manifestar de forma auto limitada, de evolução benigna ou grave. Ao perceber qualquer sinal, seja ela com ou sem gravidade, é extremamente importante procurar um serviço de saúde para fazer o diagnóstico e tratamento adequados. Pelo SUS, o tratamento é oferecido gratuitamente. Veja a diferença dos sintomas abaixo: 

Sintomas iniciais

  • Febre alta com início súbito 
  • Dor de cabeça
  • Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento deles
  • Perda de paladar e apetite
  • Náuseas e vômitos
  • Extremo cansaço
  • Manchas e erupções avermelhadas na pele semelhantes ao sarampo ou rubéola, principalmente no tórax e membros superiores
  • Moleza e dor no corpo
  • Dores nos ossos e articulações

Sinais de alerta de gravidade

  • Dores abdominais fortes e contínuas 
  • Vômitos persistentes
  • Tonturas
  • Pele pálida, fria e úmida
  • Sangramento pelo nariz, boca e gengivas
  • Sonolência, agitação e confusão mental (principalmente em crianças)
  • Sede excessiva e boca seca
  • Pulso rápido e fraco
  • Dificuldade respiratória
  • Perda de consciência

A dengue tem cura?

  • Na maioria dos casos, tem cura espontânea depois de 10 dias. 

Como tratar?

  • O tratamento é feito de forma sintomática, sempre de acordo com avaliação do profissional de saúde, conforme cada caso. A hidratação pode ser por via oral ou por via intravenosa, com uso de soro, por exemplo. Também é importante fazer repouso e não tomar medicamentos por conta própria. 

Quanto tempo o mosquito pode sobreviver?

  • Segundo o professor Navarro, o mosquito adulto da dengue pode sobreviver à natureza por cerca de 30 dias. Durante esse período, cada fêmea pode depositar cerca de 120 ovos, em diferentes recipientes, toda vez que pica uma pessoa. Quando caem na água, os ovos geram larvas, que, por sua vez, viram novos mosquitos. 
  • As larvas só crescem na água, mas os ovos podem resistir por até um ano em áreas secas. Durante esse período, eles continuam “viáveis”, esperando uma chuva para iniciar o desenvolvimento.

Como denunciar focos do Aedes Aegypti?

  • Se você souber de algum local que não esteja observando as orientações de prevenção contra a dengue, denuncie à Secretaria da Saúde de sua cidade. 

Como as larvas do mosquito se desenvolvem?

  • Os ovos do mosquito também podem se desenvolver em água suja e parada e não somente em água limpa. 

Como eliminar os ovos do mosquito?

  • Não basta secar os reservatórios de água parada para impedir a reprodução do mosquito da dengue. Também é preciso limpar o local porque o ovo ainda pode ser manter "vivo" por mais de um ano sem água. 

Os ovos do mosquito podem ser comparados a um grão de arroz?

  • Segundo o professor Mário Navarro, na UFPR, as notícias de que o ovo do Aedes aegypti mede o equivalente a um grão de arroz (que tem aproximadamente 0,7 centímetros) são falsas. A verdade, segundo ele, é de que o tamanho é muito menor, cerca de 0,04 centímetros. 

Como funciona a vistoria dos agentes nos municípios do Paraná?

  • Os agentes de combate ao mosquito Aedes aegypti fazem visitas em residências, comércios e áreas públicas durante todo o ano, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Em alguns locais, conforme a secretaria, a visita é feita com mais frequência. Isso depende da região e do índice de manifestação ou não do mosquito. Em locais de maior risco como barracões de reciclagem, ferro velho e borracharias, por exemplo, a vistoria é feita a cada 15 dias. Em cada cidade, os agentes usam uniformes diferentes. Em Curitiba, por exemplo, a vestimenta é formada por camiseta azul clara e calça e jaquetas azul escura. 

Quem pica e transmite a dengue?

  • Quem pica e transmite a doença é a fêmea do Aedes aegypti, que é hematófaga e necessita do sangue para a maturação dos ovos. Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea pode transmitir a doença para outras pessoas. 

O SUS oferece vacina contra a dengue?

  • O SUS ainda não tem uma vacina contra a dengue, mas já existem algumas fórmulas que estão sendo estudadas para isso. A única vacina já em uso no mundo contra a doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti é a Dengvaxia, produzida por uma multinacional de origem francesa. Ela é indicada para prevenir a dengue causada pelos quatro vírus da dengue (1, 2, 3 e 4) e foi liberada para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em 28 de dezembro de 2015, para pessoas de 9 a 45 anos, residentes em áreas endêmicas. A vacina atualmente é vendida em clínicas particulares e cada pessoa deve receber três doses, com intervalo de seis meses entre elas. No entanto, o medicamento é contraindicado pela Anvisa para quem nunca teve a doença. 

Repelentes são uma alternativa para combater a doença?

  • Repelentes, velas de citronela ou andiroba, ao contrário do que muita gente pensa, não têm muito efeito no combate à dengue, pois têm efeito indeterminado e temporário. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), por mais que o repelente seja aplicado durante 24 horas, sempre pode ter alguma área que pode ficar esquecida. O uso abusivo desse tipo de produto também pode causar dermatite, ainda conforme a Sesa. 

Como é feito o diagnóstico da dengue?

  • O diagnóstico é clínico e deve ser feito por um médico. Os primeiros casos na localidade são confirmados com exames laboratoriais de sorologia e de biologia molecular. O teste rápido, na dengue, é apenas um instrumento de triagem, podendo haver falhas no resultado. 

A doença pode ser adquirida mais de uma vez?

  • Ao contrair dengue, a pessoa fica imunizada permanentemente para o sorotipo do vírus a qual foi vítima, mas não para os outros. Então, uma mesma pessoa pode ter dengue até quatro vezes. 

É possível distinguir a picada do Aedes aegypti da picada de um mosquito comum?

  • Não. A sensação de eventual coceira ou incômodo é semelhante à picada de qualquer outro mosquito. 

É verdade que o mosquito não consegue atingir locais altos?

  • Não é possível afirmar. Por exemplo, um mosquito pode entrar dentro de um elevador ou ir até o último andar de um prédio e permanecer ali. 

O mosquito Aedes Aegypti só transmite dengue?

  • Não. O mosquito Aedes aegypti também pode transmitir zika vírus, chikungunya e febre amarela. 

O mosquito Aedes aegypti aparece em algum período específico do ano?

  • A dengue é uma doença cujo período de maior transmissão coincide com o verão, devido aos fatores climáticos favoráveis à proliferação do mosquito Aedes aegypti em ambientes quentes e úmidos. 
  • Durante o frio, a larva entra no estado de hibernação e quando voltam as chuvas e as altas temperaturas, as larvas eclodem e há contaminação novamente. Portanto, o trabalho de vistoria de quintais, terrenos baldios, estabelecimentos e outros locais, bem como, a busca e eliminação de criadouros do mosquito da dengue deve ser constante.

Quais municípios enfrentam epidemia de dengue no Paraná?

  • Setenta e oito cidades do Paraná enfrentem epidemia de dengue no Paraná, segundo o boletim divulgado em 18 de fevereiro. Veja a lista aqui

*Os dados foram obtidos com informações do Ministério da Saúde, da Secretaria Estadual da Saúde do Paraná (Sesa), Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba e do professor Mario Navarro, especialista em zoologia e entomologia (biologia que estuda insetos), da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Entenda como funciona o ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti — Foto: Arte/RPC 

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