Cerca de 600 pessoas, entre portadores de síndromes, deficiência ou dependentes químicos, são atendidos pelo Regimento da Polícia Montada (RPMon) Coronel Dulcídio, no bairro Tarumã, em Curitiba, para a prática da equoterapia. A atividade colabora na coordenação motora e na ressocialização dos praticantes, que ganham uma maior qualidade de vida.
O atendimento é ofertado gratuitamente desde 1991 e já beneficiou cerca de 5 mil pessoas. A terapia é indicada para pacientes com deficiência e diversas síndromes, que possam ter contato com equinos. O tratamento tem duração de dois anos.
Além da comunidade em geral, a equoterapia é oferecida para policias militares e bombeiros da ativa e da reserva que estejam afastados do serviço por problemas psicológicos. Segundo o major Marcio Stange Cruz, supervisor da equoterapia e subcomandante do regimento, 350 pessoas aguardam por uma vaga. A espera pode durar dois anos.
CRIANÇAS - As maiores beneficiadas com a equoterapia são crianças, mas a cavalaria da Polícia Militar presta atendimento também para adultos. Ex-dependentes químicos são atendidos pela corporação e fazem terapia para se reinserir na sociedade.
Em abril desse ano, o serviço foi estendido por meio de uma nova sede do serviço de equoterapia, no Haras Palmital, em Pinhais, possibilitando prestar atendimento para mais 80 pacientes por mês. A equoterapia apresenta benefícios em casos de autismo, paralisia cerebral, síndrome de down, esclerose múltipla, hiperatividade, traumas, estresse e depressão.
Os interessados em participar devem ir até lá para conhecer e ver como funciona o atendimento ofertado. O regimento exige indicação médica, psicológica, fisioterápica ou pedagógica.
PREPARO - O policial com perfil para trabalhar com equoterapia precisa fazer um curso básico de capacitação para se tornar um integrante do Regime de Cavalaria Montada. Também é preciso fazer um curso de especialização em equitação e cursos de extensão para prestar o melhor atendimento aos pacientes.
Os cursos de extensão são musicoterapia, brinquedoterapia, curso avançado de equoterapia. A equipe é formada por fisioterapeutas, médicos veterinários, educadores físicos e técnicos em equoterapia.
CAVALOS - Os cavalos da equoterapia passam por um teste básico e devem possuir um perfil pré estabelecido, serem machos, castrados e uma altura mínima. A idade para o início do treinamento dos equinos é 15 anos. O Regimento da Cavalaria Montada possui 10 cavalos para a realização das terapias.
O soldado Danilo Franzo trabalha no regimento há 6 anos como equoterapeuta. Ele explica que o tratamento inicia-se através de uma aproximação entre o cavalo e o paciente. “A terapia é iniciada se a criança não tiver medo do animal. São realizadas atividades físicas e exercícios com os cavalos e que vão melhorar a patologia apresentada pelo paciente”.
Por regra, os cavalos são fleumáticos, com temperamento calmo e tranquilo. Os equinos não podem ter medo de crianças e precisam de uma andadura adequada para realização da terapia. Os cavalos não podem mais trabalhar na parte de policiamento ostensivo e na instrução de novos cavaleiros.