Seis adolescentes de Cianorte, no noroeste do Paraná, ganharam uma festa de 15 anos com a ajuda de voluntários neste sábado (5). O evento foi planejado de acordo com as características de cada aniversariante, mas unido pelo mesmo motivo: o sonho de uma festa.
A história começou há quase um ano. A estudante Letícia dos Santos, que tem uma má formação na coluna e não movimenta as pernas, foi convidada para fazer um ensaio fotográfico.
A estilista Leny Pereira, que trabalha com a confecção de roupas para pessoas com deficiência, teve a ideia e decidiu montar um grupo de voluntários.
"Começou: 'eu conheço alguém que pode doar o bolo'. Outra: 'eu conheço alguém que pode doar salgadinho'. Aí foi ganhando outra dimensão. Todo dia chegava alguém querendo doar alguma coisa", disse.
A estudante Letícia, que seria a protagonista da festa, achou que não seria legal viver esse momento sozinha. Foi aí que o evento virou um baile para seis aniversariantes, e quase 150 convidados.
Além da Letícia, debutaram Izabela, que é autista, Ana Gabriela, que tem paralisia cerebral, e Luane, que tem deficiência mental. Também fizeram parte da festa os aniversariantes Matheus e Luiz Felipe, que completaram 15 anos.
A mãe da Ana Gabriela, Silmara Fernandes, conta que não imaginava que um dia a filha tivesse uma festa de debutante, além de não ter condições financeiras.
"Um sonho realizado, né? São anjos colocados na Terra para poder nos proporcionar isso. Gratidão mesmo", disse.
Surpresas
O baile teve várias surpresas. Entre elas, uma limousine e os vestidos. As famílias só viram as debutantes prontas no momento da festa. A Izabela, por exemplo, escolheu um vestido da cor vermelha.
De acordo com a estilista Leny Pereira, cada roupa foi pensada de uma maneira diferente, atendendo a particularidade de cada aniversariante.
"Tenho que pensar em como vou vestir essa roupa, como vai acomodar no corpo. Então, deslocamento de custuras, de zíperes. Além de formas de aberturas diferentes do convencional", explicou Leny.
Segundo a estilista, mais de 40 pessoas trabalharam para o evento acontecer.
"É muito difícil a gente encontrar pessoas que queiram fazer isso. É gratificante mesmo", disse Elza Novaes, avó de Luane.
